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Black Friday 2014 frustra quem esperava evolução do e-commerce brasileiro

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A expectativa de quem acompanha o comércio eletrônico brasileiro desde a primeira edição da Black Friday era a de que a edição de 2014, a quinta realizada pelo varejo eletrônico no país, mostrasse alguma evolução, não apenas no quesito faturamento.

Não foi o que aconteceu. O varejo online mostrou, mais uma vez, que ainda tem muito o que aprender.

“Apesar de termos ouvido o ano todo que as infraestruturas haviam sido reforçadas, a maioria das grandes lojas online apresentou problemas no horário de maior movimento, a partir da meia-noite de sexta-feira. Só a WalMart estava realmente preparada”, afirma Rodrigo Borer, CEO do Buscapé para América Latina.

Problemas como sites fora do ar, dificuldades enfrentadas pelos consumidores para colocar os produtos nos carrinhos ou para finalizar a compra, infelizmente foram regra entre os grandes do e-commerce nacional. “Alguma lojas chegaram a nos pedir para tirar as ofertas do site do Buscapé, por estarem inacessíveis. Só a partir das 2h30 da manhã, com um tráfego menor, as operações começaram a voltar ao normal. Apenas uma grande loja continuou fora até parte da manhã da sexta-feira”, comenta o executivo, que acompanhou todo o movimento dos lojistas desde o fim da tarde da quinta-feira.

De fato, entre os 753 atendimentos realizados pelo Procon-SP até às 16h30 da sexta-feira (mais do que o dobro dos atendimentos feitos em 2013), 71% das queixas estavam relacionas a lojas da B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), da Nova Pontocom (Pontofrio.com.br, casasbahia.com.br, e extra.com.br), e à Saraiva. Os principais problemas relatados foram sites intermitentes (falha na página),  produto ou serviço anunciado indisponível e mudança de preço na hora da finalização da compra.

“Apesar dos avanços, os resultados da madrugada mostraram que algumas grandes redes de varejo ainda não aprenderam com os erros de 2013. Respeitar o consumidor é obrigação das empresas. As companhias serão multadas pelas irregularidades cometidas”, destaca o diretor executivo do Procon-SP, Alexandre Modonezi.

Antecipação
“Alguns problemas de indisponibilidade podem ter sidos provocados por um fluxo bem acima do esperado”, pondera Borer. “Este ano, as grandes lojas começaram a divulgar ofertas já a partir das 18h da quinta-feira, através de seus sites e das redes sociais. E a maioria delas fez anúncios na TV, no horário nobre, nos intervalos dos jornais e das novelas, o que deve ter provocado um movimento muito maior do que aqueles registrados no anos anteriores. Mas tecnologia é absolutamente preditiva. Quem fez o dever de casa direito, não teve problemas”, afirma o executivo.

Só na segunda-feira, 1º de dezembro, a Buscapé e a e-bit divulgarão o balanço final da Black Friday. As projeções apontam para novos recordes em vendas.

Números parciais divulgados pela e-bit no meio da tarde da sexta-feira, referentes ao período de 36 horas que incluem a madrugada da quinta-feira até às 12h da sexta, apontavam para um faturamento de R$ 638 milhões. Uma variação positiva de 56% no crescimento das vendas em relação ao mesmo período de 2013.

Somente na quinta-feira, o faturamento foi 53% maior em relação ao dia anterior da Black Friday de 2013, quando foram registrados R$ 217 milhões em compras.

O valor do tíquete médio nas compras da sexta-feira, até o meio-dia, foi de R$ 600. O dado também surpreende se comparado ao previsto para este ano, que era de R$ 355. Os produtos que mais colaboraram para o aumento do faturamento foram celular e smartphones, TVs, notebooks, eletrodomésticos, console de games e tablets.

“O tráfego do Buscapé até o fim da manhã da sexta-feira foi 30% maior do que o registrado em 2013″, comenta Borer.

Mais ofertas reais, porém menos expressivas
Todos os anos, o Buscapé faz uma seleção de ofertas. Este ano, o volume de ofertas publicadas voltou a ser um pouco maior do que o do ano anterior. Porém , na opinião de Borer, a média dos descontos deve ter ficado um pouco abaixo da registrada no ano passado. “Minha percepção é a de que tivemos menos produtos ofertados com mais de 50% de desconto”, diz. “Mas tivemos mais descontos de verdade, com preços abaixo daqueles cobrados regularmente. O que demonstra maturidade dos lojistas. Infelizmente, no nosso monitoramento ainda encontramos lojistas aumentando preços na quarta e na quinta, para depois aplicar o desconto, mas em menor número que em 2013″, completa.

Dados divulgados neste sábado pelo site comparador de preços Zoom, concorrente do Buscapé, confirmam que a maioria das ofertas (46%) apresentou descontos entre 10% e 20%; 28% tiveram promoções com descontos entre 20% e 30%; 13% receberam descontos com variação de 30% e 40%; e só 13% acima de 40%. Foram identificadas 95 mil ofertas com descontos de no mínimo 10% em relação ao menor preço dos últimos 40 dias.

“Nem sempre o que os consumidores desejam são os produtos que apresentam melhores descontos, mas isso não significa que não possam encontram outros itens com ofertas relevantes”, comenta Thiago Flores, diretor executivo do Zoom.

Segundo Borer, no balanço final certamente as TVs estarão relacionadas entre os produtos com os descontos mais altos. Já os smartphones aparecerão entre aqueles com os menores descontos, embora devam se destacar em volume de vendas, uma vez que estiveram entre aqueles com maior volume de ofertas.

Os celulares Moto G, Galaxy S4 e Optimus G estiveram entre os produtos mais procurados no site da Cupom.com. Videogames Xbox e Playstation 4, e televisores da marca Samsung também estão entre os recordistas de vendas.

Durante o evento, a Cupom.com registrou um aumento de 50% na sua base de clientes cadastrados e atingiu mais de um milhão de consumidores diretos.

“Mesmo com todas as críticas, a Black Friday continua sendo uma excelente oportunidade para o consumidor brasileiro comprar produtos com descontos, além de ser um evento extremamente lucrativo para as lojas participantes”, analisa Madsen.

Consumidor usou mais o celular para pesquisar
Um forte indicador de que o e-commerce brasileiro precisa investir mais na retaguarda é o aumento do tráfego mobile em sites de pesquisa de preço. Segundo Borer, na noite da quinta-feira o tráfego mobile do Buscapé foi 300% maior que o registrado em 2013. Na manhã de sexta, e durante todo o dia, 50% maior. “Durante o horário comercial, a preferência foi pelo uso de computadores. Fora dele, os dispositivos móveis”, afirma Borer.

Este ano, no entanto, os smartphones responderam por um tráfego maior que o tablets e notebooks.

O número de médias e pequenas empresas preparadas para vender através de dispositivos móveis, no entanto, ainda é muito baixo.


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